Insubmissão bancária é como chama Eric Duran, ou Robin Bank como ficou conhecido, a pedir dinheiro aos bancos com o propósito de não pagar. Em Setembro de 2008, publicou um texto num jornal alternativo catalão em que informava o mundo que havia pedido 492.635 mil euros emprestados a 39 bancos espanhóis e que não os tencionava pagar. O objectivo era sabotar o sistema bancário, mostrar uma forma directa de atacar o capitalismo, motivar o debate social sobre as instituições financeiras, usando os proveitos do golpe para financiar lutas pela transformação social.
O que ele propõe para o imediato é uma greve geral mundial à banca. Deixarmos de ser clientes bancários. É impraticável? A mim parece-me que a vida é que está impraticável, os 70.000 novos desempregados de segunda-feira que o digam. Se um número significativo de pessoas deixasse de pagar as dívidas e tirasse o dinheiro dos bancos como reagiria o sistema financeiro? Ou, posto de outra forma, qual seria o número mínimo necessário de dissidentes bancários para fazer colapsar o sistema financeiro?
Ao mesmo tempo, Eric Duran fala do que é preciso para que se crie uma alternativa, pela qual lutam muitos movimentos sociais: «gerar actividade produtiva autónoma, através de redes de intercâmbio, de recuperação de práticas comunitárias e de um mercado social». Ou seja, descentralizar, decrescer, autonomizar, retomar o controlo da vida, da produção, do consumo, das decisões políticas.
O acto de Duran foi arrojado, obriga-o a estar fugido da “justiça”, encontra-se actualmente exilado na América Latina, embora com um bocado de sorte os bancos nem apresentem queixa com medo da repercussão que o caso possa ter na opinião pública e do aparecimento de replicadores. Muitos revolucionários seguiram a via da expropriação bancária, os anarquistas contam com muitos casos nas suas fileiras. Este tem o mérito de criar identificação com todas as pessoas que vivem esganadas com empréstimos bancários a juros altíssimos e que já pensaram por diversas vezes o quanto melhoraria a sua vida se pudessem simplesmente deixar de os pagar.
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